segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Metallica em Porto Alegre (Resenha por Rockbox)

28 de Janeiro de 2010 entra para a história como o dia em que ocorreu um dos maiores shows que o público gaúcho já pôde presenciar na cidade de Porto Alegre.
Público, fanatismo, estrutura, decibéis e empolgação em grandes proporções!

A interminável fila começava a andar no início da tarde. Devido à chuva, a produção liberou a entrada para o Parque Condor mais cedo. Por sorte, o tempo deu uma trégua durante a noite toda, sem mais pancadas.A movimentação ainda era intensa às 17h, o que não se alterou nas horas seguintes.Milhares de fãs adentravam o parque ao passo que outros milhares chegavam ao fim da tarde, liberados dos compromissos cotidianos.
A primeira impressão do local foi ótima: uma estrutura digna de um show de uma das maiores bandas ativas da história. As dimensões do palco eram impressionantes. Ao avistar a house mix, o palco e os telões, a expectativa para os shows só aumentou.

Sem atrasos, a Hibria inicia o show de abertura ainda com céu claro. O baterista Eduardo Baldo foi o primeiro a subir ao palco, seguido por Abel Camargo, Diego Kasper (guitarras), Marco Panichi (baixo) e pelo vocalista Iuri Sanson, o último a se apresentar, completando a banda e começando aquele que foi um aquecimento e tanto para a atração de fundo.O show de abertura durou aproximadamente 45 minutos, os quais a banda preencheu com uma maioria de composições de seu segundo álbum (The Skull Collectors), como Sea of Revenge, Reborn From The Ashes, The Anger Inside, Devoted to Your Fear e a faixa título.
A recepção do público foi ótima, lembrando que tratava-se de uma banda de abertura em um show de um dos nomes consagrados do heavy metal mundial – o que poderia render famigeradas vaias e rejeição. Não foi o que aconteceu com a Hibria!O quinteto conquistou o público, que vibrou com todas as músicas executadas e interagiu com Iuri em diversos momentos. ”Nosso maior show não foi no Japão…Nosso maior show está sendo aqui, nesta noite”, diz o vocalista. Após Steel Lord On Wheels a banda se despede.

O tráfego de milhares de pessoas fez com que o solo do local, ainda molhado, terminasse em pura lama. O problema poderia ter sido evitado com a mesma solução utilizada para shows em estádios. Fora isto, considero que a produção fez um grande trabalho, principalmente no que diz respeito à montagem.
Mais espera. Mais ansiedade. Às 21h30min o Metallica ainda não estava no palco. A expectativa estendeu-se por 15 minutos, até que a introdução do show, “Ecstasy Of Gold”, do filme western “The Good, The Bad and the Ugly”, começa a rodar nos telões. Lars Ulrich (bateria), Robert Trujillo (baixo), James Hetfield (guitarras/vocais) e Kirk Hammet (guitarras) surgem para os mais de 25 mil fãs, executando Creeping Death, For Whom The Bells Tolls e Ride The Lightning em sequência. Uma porrada sonora logo de cara, trazendo o que há de melhor no segundo álbum da banda.
Antes de iniciar a inesperada Memory Remains, James Hetfield efetua uma troca de guitarra – primeira de muitas – e comete uma gafe ao citar a vinda do Metallica à capital gaúcha como a primeira, esquecendo-se do show realizado em 1999 no Jockey Club. Memory Remains termina de maneira repentina, quando James introduz Fade to Black ao violão, de um nível mais alto do palco, atrás da bateria. James varia entre violão (em um pedestal) e guitarra, fazendo, em conjunto com a banda, uma execução fiel à de estúdio. “Do you feel it, Porto Alegre?”, pergunta o vocalista.


Os músicos deixam o palco rapidamente. Ouve-se o som de batimentos cardíacos. Em seguida inicia-se um momento “Death Magnetic”, no qual o Metallica toca em sequência três músicas do novo álbum: That Was Just Your Life, The End of The Line e o single The Day That Never Comes, ainda não executado na tour sul-americana.Ótimas composições que teriam funcionado melhor ao vivo se lançadas há dez anos. Foi possível identificar uma diminuição significativa nos gritos e aplausos do público durante estes quase vinte minutos.
Se os fãs queriam clássicos, o Metallica migrou imediatamente para esta área com Sad But True, em uma performance impecável.”If you want HEAVY, Metallica gives you HEAVY”, grita James. Em seguida o vocalista pergunta à plateia sobre o novo álbum “Death Magnetic”. Ao questionar quem possuía e quem gostava, só obteve respostas positivas – não se podia esperar algo diferente…Tratando-se da banda que processou o Napster, seria difícil alguém admitir o download do material em frente ao palco.A banda introduz Cyanide, que fica ótima ao vivo, ainda mais com os telões mostrando os fãs da primeira fila, cantando e gesticulando na grade, durante toda a execução.
Palco vazio novamente. Começam os fogos. Desde fogos de artifício até verdadeiras labaredas que chegam a esquentar (literalmente) o público mais próximo ao palco. Efeitos impactantes, tais como a sonoridade do Metallica. Após um pequeno show pirotécnico, James Hetfield aparece ao alto, novamente, introduzindo One, com imagens em preto e branco nos telões.Master Of Puppets, um dos momentos mais aguardados, foi uma das mais cantadas pelo público – Momento pouco comum a esta altura, pois da metade para o final os fãs já não pareciam tão animados.A reação do público foi o fator curioso desta noite: Não foi uma reação ruim, mas muito aquém do esperado, quando trata-se de uma das maiores bandas do mundo.
É difícil falar da qualidade do som em um lugar tão grande, mas nas proximidades do palco o áudio estava bom.

Após a introdução o Metallica volta ao peso com Battery, durante a qual James Hetfield deixa um pouco a desejar quanto aos vocais, mas sem causar prejuízos ao show.As labaredas ficam mais frequentes daí em diante.
James apresenta seu “amigo Kirk Hammet”, que toca uma Gibson Les Paul em um belo dedilhado que viria a anunciar Nothing Else Matters, outro ponto alto!Fechando as 15 músicas do set “normal”, a infalível Enter Sandman, sucesso absoluto do Black Album, figura no set list, deixando os fãs quase inteiramente satisfeitos.
Mas esperava-se mais do Metallica, apesar de Lars provocar, dizendo “no more, go home, go home”.Os shows desta turnê têm tido 18 músicas, sendo as últimas três um “encore” (ou “bis”), composto por uma cover e duas do primeiro álbum, “Kill’Em All”.Em Porto Alegre não foi diferente: O Metallica retornou ao palco com “Die, Die my Darling”, cover dos Misfits, e emendou Phantom Lord. James insistiu em falar sobre a “primeira vez em Porto Alegre”. Kirk Hammet percebeu o erro e sinalizou um número dois com a mão.James ainda arriscou um português, perguntando: “Estão prontos? Estão comigo?”.O final foi previsível, mas não menos divertido por esse motivo. Seek and Destroy tem sido a última música em todos os shows.James Hetfield pediu “house lights on” para este momento, para enxergar os fãs.Um set list que agradou aos “true fans” da banda, com os clássicos que levaram o Metallica ao topo.

Após o show, a banda se mantém no palco, se despedindo, jogando objetos para a platéia, fazendo piadas e mostrando ter satisfação com o que faz. Aproveitando o aniversário daquele que foi apresentado por James como “the Metallica’s president”, a banda e a equipe atiraram tortas no indivíduo e cantam parabéns com o público. O momento de descontração se estendeu.Todos os músicos falaram ao microfone, mesmo que brevemente, como Kirk e Rob, que resmungaram alguns pares de palavras. Lars foi mais sério e disse que espera que o Metallica não tenha mais de esperar onze anos para retornar a Porto Alegre.
Nós concordamos.

Set List Hibria:

Tiger Punch
Sea of Revenge
Reborn From the Ashes
Living Under Ice
The Anger Inside
Devoted to your Fear
Steel Lord On Wheels

Set List Metallica:
Creeping Death
For Whom The Bells Tolls
Ride The Lightning
The Memory Remains
Fade to Black
That Was Just Your Life
The End of The Line
The Day That Never Comes
Sad But True
Cyanide
One
Master Of Puppets
Battery
Nothing Else Matters
Enter Sandman

Encore:
Die, Die My Darling (Misfits cover)
Phantom Lord
Seek and Destroy

Resenha foi chupinhada descaradamente do site da Rockbox e as fotos do todo poderoso google imagem. ehehhehehehehe...

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